sábado, 31 de janeiro de 2015

O CÉREBRO E APRENDIZAGEM



Embora o Sistema Nervoso apresente diversos tipos de divisões, sejam as morfológicas ou funcionais, todas as estruturas e componentes neurológicos trabalham de forma harmônica, pois a integração garante a manutenção e a estabilidade das suas funções, tendo em vista que um   dos critérios de divisão funcional do SN é justamente a relacional, ou seja, o organismo se relaciona com o meio ambiente. Se resgatarmos a origem do SN, os primeiros neurônios surgiram na superfície externa dos organismos, assim como tomando como referência os três folhetos embrionários, é o ectoderma que está em contato com o meio e na embriogênese é do espessamento desse folheto que nasce o indício da formação do SN por volta da terceira semana de gestação.
Graças a incrível capacidade de plasticidade cerebral, o cérebro pode sofrer diversos tipos de alterações e adaptações a cada vez que ele é estimulado, modificando –se anatomicamente. O cérebro armazena fatos de forma separada, mas a aprendizagem acontece quando, através das sinapses, ele realiza associações em decorrência de novos estímulos e o papel não só dos psicopedagogos, mas dos educadores em geral é saber proporcionar estímulos adequados a cada fase do desenvolvimento do sujeito tendo como objetivo a construção do aprendizado.
É bem verdade que a aprendizagem está diretamente ligada aos processos emotivos e que a memorização é deveras importante para que o aprendizado se concretize. É possível constatar essa afirmação quando paramos para pensar em situações já vivenciadas por nós, como uma festa de aniversário surpresa, a perda de um ente querido, aquela nota dez em matemática. Todas tiveram o fator emocional como a alavanca pra que essa experiência ficasse “tatuada” no cérebro. Isso acontece porque ocorre ativação do sistema límbico através de neurotransmissores que aceleram os circuitos cerebrais, facilitam o armazenamento das  informações , bem como o resgate das que estão guardadas. Embora nem todo aprendizado seja facilitado pela emoção, há uma outra forma de memorizar estímulos não muito agradáveis e tediosos, através da repetição.
Sendo assim, a aprendizagem para ser significativa e atender as exigências neurológicas que garantem uma boa memorização, deve contar com um plano de aula diferenciado que estimule o aluno a interação constante com o objeto do conhecimento, além da habilidade do educador em discernir o canal de aprendizado que gera maior facilidade de compreensão em cada um de seus alunos, levando em consideração as diferenças biológicas, sociais e psicológicas e o tempo de maturação neurológica individual.

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